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Por que o Aedes aegypti transmite tantas doenças?

Dengue,febre amarela, chikungunya, zica, etc. Quando citamos todas estas doenças, o que te vem à cabeça? Provavelmente, sua resposta será o famoso mosquito Aedes aegypti, o transmissor de todas elas! Mas por que uma única espécie de mosquito é a grande culpada por estas doenças que nos causam tanto medo?
Aedes aegypti é uma espécie de mosquitos da família Culicidae, originalmente encontrados no continente Africano. Estes mosquitos chegaram ao Brasil durante o período colonial, tendo seus ovos transportados acidentalmente em navios negreiros. A partir de então, a espécie proliferou-se a acabou se tornando uma praga, sendo ferozmente combatida pelo poder público desde o início dos anos 1900.

De acordo com pesquisadores da área, esta espécie de mosquito é a que transmite a maior quantidade de doenças. Além das famosas “dengue e companhia”, o A. aegypti também é responsável pela transmissão de outros flavivírus menos conhecidos, dentre eles, o vírus daencefalite equina venezuelana e o vírus da febre de Mayaro. Além disso, outras espécies do gênero Aedes, como o Aedes albopictus, também podem transmitir doenças.
Dentre os motivos para essa enorme flexibilidade apresentada pelo mosquito, um deles é o mais conhecido: sua proximidade com populações humanas. As fêmeas de A. aegypti podem colocar seus ovos tanto em águas limpas como em águas contaminadas por matéria orgânica, o que as torna adaptadas a praticamente qualquer ambiente aquoso. Além disso, os ovos conseguem sobreviver por até um ano em ambientes secos, eclodindo rapidamente ao menor sinal de água.O mosquito transmissor da dengue, Aedes aegypti, é o mesmo que transmite tantas outras doenças virais, como a febre amarela, o zika vírus e a chikungunya. Foto: Bryan Reynolds.
Estas características tornaram os mosquitos da dengue altamente adaptados ao ambiente urbano, o que consequentemente resultou em uma grande proximidade com os seres humanos. Apesar de também alimentarem-se do sangue de outros mamíferos, os espécimes de A. aegypti preferem o sangue de seres humanos, e foi isto que os tornou altamente adaptados à transmissão de doenças virais humanas!
Os vírus transmitidos pelo A. aegypti também se adaptaram a organismos humanos, e passaram a viver em uma espécie de simbiose com os mosquitos, devido à sua alta eficiência de entrega. Além disso, diferentemente de mosquitos noturnos, o A. aegypti pode picar seres humanos tanto de dia quanto de noite, o que aumenta ainda mais as chances de transmissão da doença, tornando-o ainda mais adaptado ao seu “trabalho”.
Somado a tudo isso, tem-se a alta reprodutibilidade da espécie. Uma única fêmea pode colocar centenas de ovos de uma só vez, distribuindo estes ovos por diferentes ambientes. Com uma grande quantidade de ovos espalhados por diversos locais, um número muito alto de larvas consegue desenvolver-se e chegar à vida adulta.
Estes são alguns dos motivos que tornaram o A. aegypti um mosquito tão odiado e combatido por populações humanas. Por isso mesmo, nunca é demais reforçar: faça a sua parte contra os mosquitos, evite deixar água acumulada em sua casa e contribua para um país mais saudável!
Vasos de plantas, pneus velhos são excelentes reservatórios de água para o Aedes aegypti. Combater estes focos são essenciais no combate ao mosquito! Foto: Sanofi Pasteur.