Antes de começar temos que saber o conceito do papel, não é mesmo? O que é o papel? O papel nada mais é do que um entrelaçamento de fibras de celulose ligadas por ponte de hidrogênio.
É utilizado em muitas fábricas de papel a madeira do Eucalipto.
Mas como a madeira pode virar papel?
Para responder esta pergunta, temos que conhecer do que a madeira é feita, o material lenhoso é constituído de celulose, lignina, extrativos e outros.
A celulose é uma substância (polissacarídeo) existente na maioria dos vegetais. De característica fibrosa, localiza-se dentro das células das plantas. Ela é responsável por dar a rigidez e firmeza às plantas.
A lignina, é uma molécula tridimensional amorfa(sem forma física definida) , em associação com a celulose na parede celular, com finalidade de conferir rigidez, impermeabilidade e resistência contra ataques biológicos aos tecidos vegetais.
Podemos associar que a celulose é como se fosse os tijolos de uma casa e a lignina o cimento que preenche e confere sustentação, é exatamente assim o raciocínio.
Todas essas células ficam arranjadas aqui:
A parte escura é chamada de alburno( é nesta região que se transporta água e nutrientes (seiva bruta) na árvore. A parte escura é chamada de Cerne (região escura por conta dos extrativos).
No processo de fabricação de celulose a lignina é o maior vilão. É necessário utilizar químicos para fazer a retirada do material lenhoso.
Bom, o Eucalipto que foi produzido em um viveiro, é colhida no campo é levado á uma fábrica para iniciar o processo.
A madeira fica armazenada até chegar o momento que será realizado o corte em pequenos pedaços.
Depois que a madeira é cortada em pedaços pequenos, ela é chamada de cavacos:
Depois de ser picada, esses cavacos são armazenados em pilhas como esta:
Mas por que a madeira deve ser cortada em pequenos cavacos? Bom, os cavacos vão ser mergulhados em químicos para fazer a retirada da lignina, para isso, a madeira em pequenos pedaços facilita a impregnação dos químicos e otimiza a retirada da lignina. Mas por que a lignina é tão ruim para o processo?
Existem papéis de coloração escura. A presença de grande quantidade de lignina na composição confere tal propriedade. Porém, a lignina deixa o papel com aspecto envelhecido com o passar do tempo, ou seja, acelera a sua degradação. As moléculas da lignina sofrem oxidação quando expostas ao oxigênio do ar, passam por alterações e ficam menos estáveis. Por isso é necessário fazer a retirada para fazer um papel branco!
Retomando o raciocínio, os cavacos da pilha são levados ao digestor(polpação kraft), é onde os cavacos vão ser cozidos! literalmente! É inserido químicos onde vai ser feito a dissolução desta macromolécula. O digestor é como se fosse uma panela de pressão grande com mais de 60 metros capaz de fazer o cozimento com adição de vapor para a temperatura e pressão. Ao final deste estágio os cavacos viram uma massa.
Digestor
Após passar pelo digestor, a massa pode conter materiais que não foram totalmente cozidos, são chamados de nós. Estes materiais passam por um processo chamado de depuração, onde equipamentos específicos separam o que é massa e o que é nós, não é interessante para empresa elementos mal cozidos, por isso, os nós são retirados do processo.
Neste estágio, a massa ainda é bem escura por conta da lignina presente, os próximos estágios possui a funcionalidade de lavar a massa para poder branquear.
E assim começa o processo de branqueamento da polpa, onde vai possuir estágios ácidos e alcalinos, vai inserir químicos onde vai agir melhor para atingir a alvura desejada.
Esta é a celulose com a alvura desejada:
Esta é a celulose com a alvura desejada:
A celulose estando pronta, agora inicia-se o processo de retirada de água para a formação do papel como vemos.
A polpa de celulose, ainda com alto teor de água, passa por uma máquina chamada mesa plana, que transforma essa massa úmida em uma grande folha contínua e lisa, pousada sobre uma esteira rolante de feltro.
A grande folha, movida pela esteira rolante, passa por rolos de prensagem e secagem com ar quente, que retiram o excesso de água, compactam o papel e alisam a folha. Dependendo do tipo de produto que se quer, ela ainda passa pelo coater (revestidora), um rolo que aplica uma película que protege ou dá brilho ao papel.
Finalmente, a folha passa por um aparelho chamado enroladeira e por rolos de rebobinagem, onde o papel se descola da esteira rolante e forma enormes rolos – ou bobinas -, estando pronto para o corte e o empacotamento.