Eles são conhecidos mares
interiores da America do Norte. Os Grandes Lagos norte-americanos Huron,
Ontario, Michigan, Erie e Superior são tão grandes, que fazem fronteira com
oito estados americanos e contém 23 quadrilhões de litros de água, o suficiente
para cobrir todo o território dos EUA. Estes vastos corpos d’água possuem
paisagens diversas em seu entorno, como florestas, pradarias e zonas úmidas,
que abrigam 3500 espécies de animais.
Os Grandes Lagos são grandes
formações que surgiram durante o fim da última era do gelo, que ocorreu há mais
de dez mil anos, uma época em que o clima estava se aquecendo gradativamente,
iniciando o processo de derretimento do gelo que cobria a superfície terrestre.
Estas imensas placas de gelo escavaram um série de bacias, que encheram-se de
água à medida que o gelo ia derretendo, criando a maior área de lagos de água
doce do mundo. Com o tempo, surgiram canais entre essas bacias e água começou a
correr, interligando os lagos e formando um ciclo que dura até hoje.
O percurso da água começa no
extremo norte do lago Superior, que é o mais profundo, frio e mais límpido de
todos, contendo metade da água do sistema. O lago Superior atinge uma
profundidade de 406 metros, criando um ecossistema único e diversificado que
inclui mais de 80 espécies de peixes. Uma gota de água permanece em média 200
anos neste lago ates de passar para o lago Michigan ou para o Lago Huron.
Ligados pelo estreito de
Mackinac, estes dois lagos são praticamente um só. A oeste fica o lago
Michigan, o terceiro maior lago em área da superfície. A água circula
lentamente dentro de seus limites e encontra as maiores dunas de água doce do
mundo, muitas espécies selvagens e corais fossilizados únicos. A leste fica o
lago Huron que tem a linha costeira mais longa. Não possui grandes populações
mas tem imensas florestas, incluindo árvores petrificadas com mais de 7.000
anos.
Continuando o percurso, água
corre para o sudeste da região, do lago Huron para o lago Erie. Como o mais
raso e mais quente dos cinco, lagos, O Erie permitiu uma abundância de vida
animal maior, incluindo milhões de aves migratórias.
Por fim a água chega a sua última
parada, mergulhando de uma altura de 50 metros, formando as Cataratas do
Niágara, no lago Ontário, que é o menor em termos de área da superfície. A
partir daí, parte da água chega ao Rio St. Lawrence, desembocando no Oceano
Atlântico.
Além de água potável, os Grandes
Lagos oferecem benefícios como o controle das cheias através de seu ciclo, bem
como a ciclagem de nutrientes. Porém com o crescente aumento da população, ao
redor dessa região vem expondo cada vez mais os lagos outrora límpidos a
poluentes industriais e agrotóxicos. Isso cria zonas mortais onde plantas e
animais não sobrevivem, além disso através da ação humana foram introduzidas
mais de 100 espécies invasoras nos lagos, que dizimaram algumas espécies
nativas de peixes. Em maior escala, a alteração climática está a provocando o
aquecimento dos lagos, reduzindo assim o nível das águas e alterando a
distribuição da vida aquática.
Felizmente nos últimos anos, os
governos tem cada vez mais reconhecido a importância da região e o valor deste
recurso natural. Parcerias entre o Canadá e os EUA, tem por objetivo proteger
os habitats costeiros e deter a reprodução desenfreada de espécies invasoras.
Proteger uma região tão grande exige uma cooperação de muitas organizações e os
países beneficiados pela região parecem demonstrar interesse em sua
preservação.
Por William Melo
Fonte: Ted-Ed