A traição já foi tema de inúmeros estudos científicos, e vários deles apontaram que existem certos aspectos primários que parecem tornar as pessoas mais propensas a serem infiéis. Um desses aspectos seria o gênero, já que os homens — por produzir mais testosterona do que as mulheres — têm maior desejo sexual, o que, por sua vez, os torna mais inclinados a trair suas parceiras.
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Além disso, algumas pesquisas revelaram, por exemplo, que existe a possibilidade de que determinadas variações genéticas tornem alguns indivíduos mais — ou menos — inclinados a ser infiéis com seus companheiros. No caso das mulheres, há cientistas que acreditam que em muitos casos as “traidoras” são descendentes de pais mulherengos, e herdaram esse comportamento de seus progenitores.
Pode acontecer também que uma pessoa não seja especialmente inclinada a trair, e ela pode até estar superfeliz com seu relacionamento. No entanto, novos fatores podem surgir em sua vida, tornando-a mais vulnerável a cair na tentação. Algumas situações podem ser mais tentadoras do que outras, como o tipo e o ambiente de trabalho, por exemplo.
De acordo com diversos especialistas, algumas das principais razões que levam homens e mulheres a trair são o tédio, a solidão, a vingança, a excitação que a situação desperta, a busca por liberdade e pela intensidade sexual — entre outras tantas. Contudo, as motivações que conduzem homens e mulheres à infidelidade são bem diferentes.
Voltando à genética, os
pesquisadores concluíram que variações genéticas podem fazer com que tanto
homens quanto mulheres tenham maior propensão a cometer adultério. O estudo, publicado na
revista científica Evolution & Human Behaviour, analisou o comportamento de
mais de 7 mil pares de gêmeos na Finlândia, com idades de 18 a 49 anos, todos
em relacionamentos estáveis.
Os pesquisadores compararam
as diferenças de comportamento entre casais de gêmeos: os idênticos, que
compartilham todos os genes, e os fraternos, que apresentam diferenças. Cerca de 10% dos homens e
6,4% das mulheres tinham pulado a cerca no ano anterior. Os resultados sugerem que
63% do comportamento infiel nos homens e 40% nas mulheres podem ser atribuídos
à herança genética. No caso das mulheres, os cientistas detectaram que
variações em um gene chamado AVPRIA estava associado ao comportamento infiel.
Este gene é associado
à produção da arginina vasopressina, um hormônio envolvido na regulação do
comportamento social e que mostrou ter influência em testes com roedores. "Nossa
pesquisa mostra que a genética influencia a possibilidade de pessoas fazerem
sexo com parceiros fora de seu relacionamento", explica Brendan Zietsch,
coordenador do estudo.
No mundo animal, existem
animais que são monogâmicos apenas por um determinado período de tempo. Por
exemplo, juntam-se a um parceiro para procriar e são fiéis a esse parceiro
durante o tempo que estão com ele, mas, na época de acasalamento seguinte,
podem decidir juntar-se a outro parceiro. Também existem animais que
formam pares para toda a vida, sem serem monogâmicos. Formam casais que não se
“divorciam”, mas cada indivíduo pode pertencer a vários casais deste gênero.
A monogamia não é encontrada
em mais do que três a cinco por cento dos mamíferos não humanos conhecidos,
incluindo a monogamia a longo prazo e a curto prazo. Contudo, outros animais
incluindo algumas aves, peixes, répteis e até insetos (como baratas), são
monogâmicos. Entre os cisnes, os animais
mais icônicos no amor e fidelidade, podem ocorrer estes encontros com outros
parceiros exteriores ao casal. Mais ainda, entre cinco a seis por cento dos
casais de cisnes chegam a “divorciar-se”, embora os motivos que o levem a
fazê-lo sejam por enquanto desconhecidos – o insucesso na procriação pode ser
um deles.
O que leva um animal
monogâmico à promiscuidade não é consensual?
Uma teoria afirma que as
fêmeas tendem a juntar-se a machos que sejam bons provedores e lhes possam
oferecer estabilidade, mas demonstram igualmente interesse noutros machos que
lhes possam oferecer algo diferente. Este “algo diferente” podem ser melhores
genes, refletidos nos atributos físicos, no peso ou na resistência a doenças.

